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22 de nov. de 2011

Rapaz identifica agressor de namorado em imagens de posto


O analista fiscal Marcos Paulo Villa, de 32 anos, fez o reconhecimento do agressor do namorado, de 30 anos, nas imagens gravadas pelo circuito de segurança de um posto de combustíveis, localizado na esquina das ruas Fernando de Albuquerque e Bela Cintra. Villa compareceu na tarde desta terça-feira (4) na sede da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde prestou depoimento por cerca de duas horas e meia. Além de fazer o reconhecimento do agressor com base nas imagens, ele detalhou como ocorreram as agressões.
"Reconheci o agressor do meu namorado. É o que aparece de camiseta preta nas imagens", afirmou, ao sair da Decradi. Villa, no entanto, não conseguiu reconhecer quem o agrediu com base nas imagens. "O meu agressor está um pouco mais complicado. Ele aparece nas imagens, mas o rosto dele não está bem nítido. É um que está de camiseta azul. A polícia vai precisar buscar novas imagens na região", disse.
Joaquim Dias, delegado da Decradi, confirmou que os investigadores continuam em busca de novas imagens dos prédios próximos ao local das agressões. Além disso, a polícia deverá solicitar a lista dos frequentadores do Sonique Bar, na Rua Bela Cintra, na madrugada de sábado (1º).
O caso
Marcos Villa e o companheiro, que pediu para não ser identificado, foram agredidos em frente a um restaurante da Rua Fernando de Albuquerque na madrugada de sábado (1º). O namorado de Villa, que teve a perna direita quebrada na briga, já havia prestado depoimento à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
O casal foi agredido com socos e pontapés desferidos por jovens não identificados que estavam com roupas e tatuagens de surfistas. A investigação descartou a ação de grupos organizados de intolerância contra gays, como skinheads e neonazistas.
As imagens foram gravadas na madrugada de sábado pelas câmeras de segurança do posto de combustíveis na esquina das ruas Fernando de Albuquerque e Bela Cintra, onde as vítimas foram ofendidas.
O casal aparece primeiro nas imagens do posto de combustíveis. Eles já tinham sido ofendidos no Sonique Bar, a poucos metros do local, na Rua Bela Cintra.
Villa e o companheiro contaram à polícia que ignoraram as ofensas e foram embora, mas que voltaram a ser abordados pelos agressores duas vezes: a primeira ainda na saída do posto e a segunda quando estavam a caminho de casa, em frente a um restaurante da Rua Fernando de Albuquerque.
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Mapa agressão a gays Avenida Paulista (Foto: Arte/G1)
A gravação do posto mostra que, minutos depois, aparecem os dois homens apontados pelas vítimas como agressores. Eles discutem novamente. Um dos homens é visto, segundo as imagens, dentro de uma loja de conveniência.
O momento da violência, porém, não foi registrado pelas câmeras de segurança. “Ele veio para cima de mim, me deu um murro na boca. Eu caí, bati a cabeça e ele começou a chutar meu corpo, foi aonde eu apaguei e ele conseguiu quebrar minha perna”, contou a vítima que prefere não ter seu nome divulgado.
Villa viu o companheiro, com quem vive há quase cinco anos, desmaiado e ensanguentado e achou que estivesse morto. “Olhava pra ele e falava: é minha família. A gente foi hoje, já teve outro ontem e amanhã vai ter outro. Pode ser que o de amanhã seja morto”, afirmou.
A gerência do Sonique Bar informou que irá colaborar com o trabalho policial e fornecer tudo o que for pedido.

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